Creepygeek | O Penhasco

O mundo é repleto de lugares lindos e cheios de histórias, desde histórias lindas e cativantes até as histórias mais obscuras e assustadoras. Se você tivesse a oportunidade de visitar um lugar repleto de histórias tristes emolduradas por uma paisagem deslumbrante, você rejeitaria o convite ou aceitaria sem medo do que pode acontecer?


 

Aquele lugar era muito conhecido por dois motivos completamente opostos, aquela era a melhor paisagem daquela região litorânea, o que a fazia ser bastante visitada por turistas de todo o mundo, mas também era ali que ficava um popular penhasco, onde várias pessoas se dirigiam para se suicidar, pulando da grande rocha até o mar revoltoso. Apesar dessas histórias obscuras, eu e mais quatro amigos resolvemos viajar até o local, conhecer o famoso penhasco não parecia tão perigoso, e depois que chegamos por lá vimos o quanto a vista era linda e dava para ver grande parte da praia. Enquanto explorávamos o litoral, Rose, uma de minha amigas, tirava fotos, ela sempre foi a fotografa do grupo, e aquela paisagem era um sonho para ela, por isso ela tirava foto de tudo ao redor e tirava fotos nossas enquanto andávamos.

Inspirados pela bela paisagem ao fundo, resolvemos tirar fotos no penhasco e montar ali nosso pequeno piquenique, que nada mais era do que algumas bebidas e poucas comidas. Passou o tempo, as bebidas foram acabando, até que Hector, o mais aventureiro do grupo, resolveu desafiar Robert, que era um exímio nadador, a mergulhar dali, seria um salto enorme, mas Robert era praticamente profissional no mergulho, ele tiraria de letra o desafio, então, não sei se por conta da animação ou por efeito do álcool, nós começamos a incentivar o Robert a aceitar o desafio e pular, Robert também logo se animou e se mostrou corajoso. Ele olhou para as águas lá embaixo, começou a fazer seus cálculos, percebeu que tinha uma área do mar que era mais escura, portanto mais funda, e que ficava a uma distancia segura das pedras, seria fácil para ele pular ali e depois nadar tranquilamente até a praia. Robert aceitou o desafio, ele começou a se despir, ficando apenas de cueca, começou a se preparar, se posicionar, e verificar o terreno, imediatamente Rose pegou sua câmera e começou a fotografar o momento, ela queria pegar o melhor ângulo para conseguir fotos incríveis.

Robert pulou, Rose fotografava tudo. Dois minutos se passaram, e nada de Robert aparecer enquanto Rose tirava as fotos. Cinco minutos, nada de Robert e Rose decidiu parar de fotografar. Dez minutos e nada de Robert, o que começou a nos deixar preocupados. Quinze minutos e nada de Robert, nesse momento já tínhamos ligado para o socorro e a policia pedindo ajuda. Trinta minutos e nada de Robert, a policia chegou e os bombeiros tinha sido enviados para tentar encontra-lo dentro da água. Uma hora e nada de Robert, as buscas não tinham conclusões e os policiais resolveram nos levar para a delegacia para prestar depoimentos. No fim do dia estávamos voltando de carro para nossa cidade, completamente destruídos, completamente abalados, sem saber como proceder. Na manhã do dia seguinte o corpo de Robert foi encontrado, ele tinha marcas pelo corpo, provavelmente ele bateu nas pedras e acabou desmaiando. A pericia foi feita, Robert morreu por afogamento, ele não havia batido a cabeça, o corpo dele trazia marcas de briga, nós fomos considerados suspeitos, a policia acreditava que algum de nós brigou com Robert e o empurrou. Nenhum de nós foi ao enterro, achamos melhor evitar os olhares das pessoas que achavam que éramos assassinos, assim como tentávamos lidar com a culpa por ter incentivado ele a pular.

Algumas semanas depois, Rose se lembrou das fotos que havia tirado, ela havia deixado tudo de lado por conta da tristeza que inundou aquela viagem, mas ela resolveu pegar as fotos para tentar encontrar alguma forma de fazer uma ultima homenagem ao amigo morto. Quando Rose começou a olhar as fotos o terror começou a tomar seu corpo, as fotos da paisagem sempre apresentavam machas brancas, que ela achava ser problema na câmera ou ilusão de luz, mas a foto que tiramos no penhasco era mais nítida, as manchas brancas, que nos circundou, pareciam silhuetas de pessoas, pessoas que estavam fazendo pose para aparecer na nossa foto. Rose só não esperava que o pior estava por vir, ela olhou as fotos que Robert pulou, as manchas não apareciam logo no inicio, mas depois que ele chegou na agua, elas surgiram pelo mar, seguindo em uma direção, até uma foto especifica onde elas convergiam em um ponto. Rose deu um zoom naquela foto, ela viu as pedras e algo mais, ela deu mais zoom e viu o que era aquilo. A mão de Robert estava segurando nas pedras, tentando sair, e diversas mãos esbranquiçadas estavam o segurando, como se quisessem impedir que ele conseguisse emergir e tomar fôlego. Rose ficou traumatizada com aquela cena, só então ela entendeu por que Robert tinha marcas de briga, por que os espíritos dos suicidas que haviam morrido ali estavam segurando o seu amigo, estavam o puxando para baixo das águas.

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *