Crítica | Liga da Justiça (Justice League)

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Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman, Bruce Wayne convoca sua nova aliada Diana Prince para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes, poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque.

Sim, depois de longos, e podemos chamar até de tenebrosos anos, os fãs da DC Comics enfim poderão conferir no cinema os seus super heróis mais conhecidos lutando lado a lado contra a extinção da raça humana. Depois do primeiro filme do Homem de Aço, lançado em 2013 e dirigido por Zack Snyder, diretor no qual também dirigiu a “polêmica” sequência, Batman v Superman, que encontrou reações de amor e ódio ao longo do caminho, enfim chegamos ao grande encontro do Batman, Superman, Mulher Maravilha, Aquaman, Flash e Ciborgue.

Liga da Justiça passou por várias refilmagens e mudanças ao longo do caminho. O filme contou com o afastamento do diretor Zack Snyder, no qual não pode acabar de fazer a edição do longa por problemas pessoais, e para isso a Warner convidou o diretor Joss Whedon, no qual segundo as notícias, refilmou e filmou novas cenas para a produção, além do mais, fez uma nova edição deixando alguns personagens que seriam inseridos nesse filme, para trás. E claro que após essas notícias, a desconfiança por trás da qualidade do longa surgiu.

O longa que estreia no Brasil nessa quarta feira já começa num ritmo bastante acelerado. Ele não perde tempo enfeitando a história, e nos mostra de cara que a Terra passa por problemas. A falta de esperança e o medo crescente após a morte do Superman. Para enfrentar um perigo iminente, o Batman precisa da ajuda da Mulher Maravilha para recrutar novos heróis para a batalha que pode por um fim na humanidade. Nesse ritmo intenso, a produção não perde muito tempo para apresentar os novos heróis como Aquaman, Flash e Ciborgue. Suas personalidades e conflitos são mostrados logo de cara e funcionam bastante.

Enquanto temos o Flash, interpretado muito bem por Ezra Miller, como grande alívio cômico do filme, Ray Fisher e Jason Momoa possuem a carga mais dramática dos novos recrutas. Sem entender muito bem pelo que está passando, o Ciborgue tem medo de todos, inclusive dele mesmo, ao ponto de achar que ele pode ser o próximo grande perigo para a Terra. O Aquaman fica isolado do seu mundo, e se vê com o peso de ter que enfrentar o vilão Lobo da Estepe. Ben Affleck e Gal Gadot retornam aos personagens do homem morcego e a amazona, e passam muito bem a carga e a culpa do passado dos seus personagens.

Mesmo com a grande quantidade de personagens, esse é o filme mais curto da Warner no seu universo de heróis, com um pouco mais de duas horas e com isso, o filme ganha uma grande atmosfera de aventura, como os clássicos desenhos animados da Liga da Justiça, nos quais eram focados apenas no surgimento de um vilão e um embate final. Mesmo assim, a falta de tempo que ao mesmo tempo ajuda, também atrapalha na hora de apresentar o vilão, sem dúvida o ponto mais fraco do filme. Além de não desenvolvido, os efeitos especiais não o deixam com o visual funcional, algo que até nas cenas de luta, deixam o personagem limitado nos movimentos.

O desenvolvimento da história segue rápido e acaba sendo levemente bagunçado, contudo, o público tem tudo para gostar do ritmo que as cenas fluem. A nostalgia dos fãs também será recompensada com os temas originais do Batman, Superman e do próprio desenho da Liga da Justiça. Na batalha final, ainda sentiremos falta de ver os heróis lutando em conjunto, contudo, o ar de esperança trazido pelo Superman, deixará os fãs com a esperança de um futuro melhor para os heróis da DC no cinema.

Depois de tantos problemas na pós produção de Liga da Justiça, os fãs ficarão extremamente agradados em assistir uma história leve, aventuresca, divertida e mais do que isso, um longa “redondinho”, no qual se importa em começar, desenvolver e finalizar uma história da maneira correta, sem pontas soltas ou sem se preocupar em construir todo um universo apressado nos cinemas.

Liga da Justiça tem muito mais acerto do que erros, e melhor do que isso, parece ter aprendido com seus erros do passado, e dessa vez, ao que tudo indica, não teremos reações tão dividas entre público e crítica.

 

https://www.youtube.com/watch?v=tn-mXzGt-go

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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