Crítica | Top Gun: Ases Indomáveis (Top Gun)

Nota
3.5

“Eu sinto a necessidade… a necessidade de velocidade”

Lançado em 1986 e dirigido por Tony Scott, Top Gun: Ases Indomáveis é um daqueles filmes que sintetizam o espírito oitentista como poucos. Com sua estética carregada, trilha sonora icônica e um protagonista carismático no auge da juventude, o longa não só eternizou Tom Cruise como astro de ação, mas também ajudou a redefinir o gênero ao misturar patriotismo, drama pessoal e acrobacias aéreas de tirar o fôlego.

A trama acompanha Pete “Maverick” Mitchell, um jovem piloto da Marinha dos EUA que, ao lado de seu copiloto Nick “Goose” Bradshaw, é selecionado para a prestigiada escola de elite Top Gun — um campo de treinamento para os melhores dos melhores. Competitivo, impulsivo e talentoso, Maverick enfrenta não apenas adversários nos céus, mas também conflitos internos e dilemas éticos que colocam em xeque seu lugar ali. O ritmo do filme é ágil, com momentos de tensão bem distribuídos entre sequências de voo e passagens mais intimistas, ainda que algumas transições soem abruptas.

Visualmente, Top Gun é um espetáculo de velocidade e simetria. Tony Scott investe em ângulos inclinados, closes suados e uma fotografia que transforma caças e porta-aviões em ícones mitológicos. Ainda que o roteiro não aprofunde muito as questões emocionais dos personagens, ele acerta ao construir um senso de camaradagem e rivalidade que prende o espectador. A química entre Cruise e Anthony Edwards (Goose) funciona com naturalidade, enquanto Val Kilmer, como Tom “Iceman” Kazansky, oferece o contraponto frio e calculista ao ímpeto do protagonista.

Mas é na trilha sonora que o filme decola de vez: faixas como “Danger Zone” e “Take My Breath Away” não apenas embalam as cenas, mas se tornam parte indissociável da identidade do longa. A música ajuda a compensar certos exageros dramáticos e o excesso de testosterona que permeia a narrativa — algo que envelheceu de maneira curiosa, mas não necessariamente negativa.

Top Gun nunca teve pretensão de ser um drama complexo. Sua missão sempre foi mais sensorial do que profunda: capturar a adrenalina do voo, a pulsação do risco e o magnetismo de seus protagonistas. E nisso ele acerta com precisão. Ainda que alguns personagens secundários sejam subdesenvolvidos e certas cenas pareçam mais um videoclipe do que parte de um enredo, o resultado final é envolvente e estilizado. Mais de três décadas depois, Ases Indomáveis permanece como um marco da cultura pop — não por ser perfeito, mas por ter deixado uma marca duradoura no imaginário coletivo. Ele é veloz, barulhento, por vezes superficial, mas também é icônico, divertido e estiloso. Uma peça de época que ainda sabe voar.

“A marinha chama esta escola de Escola de Aviação de Caças. Os pilotos as chamam de Top Gun.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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