Crítica | Recife Assombrado

Nota
3

Quando se trata de riqueza de detalhes históricos, conseguimos consagrar Recife em uma lista das capitais mais assombradas do Brasil. Tornando a capital pernambucana, um perfeito cenário para um conto de terror nacional. A equipe do portal O Recife Assombrado se baseia numa coletânea de contos de diversos autores recifenses como principal fonte base para esta produção nacional, que recebe o nome do portal e é dirigida por Adriano Portela.

A história se inicia com Vinícius (Pedro Malta), um jovem amante de contos de terror que, recentemente, fez uma grande descoberta sobre um segredo guardado por seu pai, um segredo que ele pretende desvendar quando acaba desaparecendo. Cecília (Rayza Alcântara), trava uma incansável busca pelo paradeiro de Vinícius, até que decide recorrer ao contato do irmão mais velho do jovem, fazendo Hermano (Daniel Rocha) voltar de São Paulo para Recife, numa desesperada busca por seu irmão.

Ao desembarcar na capital pernambucana, Hermano enfrenta diversos traumas psicológicos deixados por um passado conturbado. Ele esbarrar com seu pai, Dr. Antonio (Germano Haiut), e vemos o quão dificil é uma futura reconciliação, mesmo após ser revelado um dos reais motivos da separação de sua família. Mesmo que o protagonismo seja de Hermano, logo temos a inserção do personagem que, literalmente, passa a roubar todos os holofotes da trama: Jair das Almas (Márcio Fecher), o vilão responsável pelos pactos, que traz consigo um toque de suspense impiedoso a mais até com sua chegada, que é antecedida por um assovio seguido do bater de seus anéis.

Alternando bem entre as mudanças de locais, para deixar toda trama coerente conforme a história vai se desenrolando, e ao cair da noite fazendo uso de técnicas de ausência de iluminação, na tentativa de causar um mesclar gradativo do clima de suspense do longa com a tensão natural dos ambientes da cidade. Ressaltando mais ainda os traços regionais, a sonoridade do filme contou com a presença do maracatu, ritmo musical típico de Pernambuco que enriqueceu ainda mais o enredo, principalmente diante dos olhos de quem conhece parte do histórico cultural ou quem é natural de Recife.

Em contrapartida, durante o decorrer da trama, fica nítido que havia chances para explorar outras histórias de assombrações dentro do Recife, ou acrescentar mais detalhes para incrementar o suspense da produção. O filme se encerra de uma forma bem plausível, homenageando as localidades da região em pequenos flashes, dando uma visão geral sobre o destino dos sobreviventes, e deixando uma pequena brecha no desfecho final, dando esperanças para uma continuação.

 

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