Crítica | Premonição 4 (The Final Destination)

Nota
2.5

“It’s coming.”

Depois de avião, estrada e parque de diversões, chegou a vez de um autódromo. Durante uma corrida de Nascar, Nick (Bobby Campo) tem uma premonição de que o colapso das arquibancadas matará dezenas de pessoas — inclusive ele e seus amigos. Ao convencer o grupo a sair do local, o desastre acontece exatamente como previsto. A partir daí, mais uma vez, os sobreviventes passam a morrer em sequência, como se a morte estivesse apenas corrigindo um erro de percurso.

Premonição 4 tenta atualizar a fórmula com o uso do 3D (na época em alta) e com efeitos visuais mais escancarados, mas falha em capturar o impacto emocional ou narrativo dos filmes anteriores. A franquia parece não saber como definir sua mitologia: esta é a quarta versão da “caçada da morte”, e ainda assim não há nenhuma explicação sobre a origem das premonições ou sobre quem, de fato, as recebe. O funcionamento da lógica interna do universo segue mudando a cada novo capítulo — um sintoma claro de que a série está mais preocupada em inventar mortes criativas do que em desenvolver sua proposta original.

O roteiro aposta mais uma vez na repetição, mas tenta surpreender com novas camadas: Nick passa a ter visões complementares ao longo do filme, o que traz um ritmo diferente à investigação, mas compromete a consistência da própria estrutura. No final, ele tem uma grande visão que antecipa o destino de todos — uma sequência visualmente marcante e entusiasmante, mas que surge de forma gratuita, sem o menor preparo narrativo. O tom se perde entre o exagero e a superficialidade.

Apesar disso, o desfecho desta vez é um pouco mais coerente e comedidamente impactante, encerrando a jornada com um certo senso de conclusão. Ainda assim, o saldo é fraco. O elenco não tem carisma, a construção das mortes soa repetitiva e, sem uma base sólida para sua mitologia, a franquia começa a parecer um catálogo de armadilhas fatais em busca de relevância.

“It’s here!”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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