Nota
Lançado em 1986 pela Nintendo para o console NES (Nintendo Entertainment System, ou Nintendinho no Brasil), The Legend of Zelda foi desenvolvido por Shigeru Miyamoto e Takashi Tezuka, com trilha composta por Koji Kondo. O jogo foi um marco na história dos videogames, sendo um dos primeiros a oferecer um mundo aberto não linear, gravação de progresso via bateria e exploração livre. Ganhador de prêmios retrospectivos e frequentemente listado entre os títulos mais influentes da história, o jogo abriu as portas para uma das franquias mais lendárias da Nintendo.
ENREDO – ESTÁ NA HORA DE SALVAR A PRINCESA DE HYRULE
Em um reino chamado Hyrule, um poderoso vilão chamado Ganon roubou a Triforce do Poder, um artefato mágico que dá grande força a quem o possuir e uma das três peças para formar a poderosa Triforce, o que leva a princesa Zelda, guardiã da Triforce da Sabedoria, outra das peças do artefato mágico, a dividi-lo em oito fragmentos e esconder nas masmorras secretas em toda a terra. Quando Zelda é sequestrada por Ganon, Impa acaba conhendo o jovem Link, lhe dando a perigosa missão de reunir os fragmentos, enfrentar o mal e restaurar a paz no reino.
GRÁFICOS – UMA GRANDE HISTÓRIA EM 8-BITS
Para os padrões de 1986, os gráficos eram funcionais e carismáticos. O jogo usava sprites simples mas reconhecíveis, e os ambientes — embora repetitivos — conseguiam diferenciar calabouços, regiões de deserto, floresta e montanhas. Havia alguma lentidão em telas muito carregadas, mas nada que comprometesse gravemente a experiência. Não havia bugs graves, e a transição entre telas era fluida para a época.
AMBIENTAÇÃO – O GIGANTESCO MUNDO DE HYRULE
A ambientação é um dos pontos mais fortes do jogo. Mesmo com suas limitações técnicas, The Legend of Zelda passava um sentimento de mundo expansivo e misterioso, incentivando a exploração. Não havia um caminho claro — os jogadores eram instigados a experimentar, errar, anotar dicas. As masmorras estavam espalhadas pelo mapa e existian requisitos para abrir algumas delas, itens que eram adquiridos em outras masmorras, mas cabia ao jogador desvendar a ordem, já que o próprio jogo não aponta tão claramente. A ausência de trilhos fixos permite uma liberdade surpreendente, especialmente para o período em que foi lançado.
SOM – O MAESTRO DOS VIDEOGAMES
Composta por Koji Kondo (creditado como Konchan), a trilha sonora do jogo se tornou icônica, principalmente o tema de abertura, criada em um dia por Kondo depois de um problema com a música escolhida por ele, que se tornou icônico ao ponto de acompanhar a franquia por gerações. Os efeitos sonoros, como os ruídos dos ataques de Link ou os sons ao encontrar itens, eram simples, mas muito bem aplicados. Cada calabouço tinha uma atmosfera sonora única, mesmo com recursos limitados.
JOGABILIDADE – A SIMPLICIDADE DO NES
O jogo é fluido, com os controles responsivos do NES. A movimentação é simples (em quatro direções), mas o combate exige precisão e timing. Os puzzles nos calabouços são engenhosos, e a sensação de conquista ao superá-los é recompensadora. A ausência de um mapa automático e a necessidade de testar itens em locais específicos pode frustrar jogadores modernos, mas faz parte do charme da época.
EXTRAS – A SEGUNDA VEZ PODE SER AINDA PIOR
O cartucho permitia salvar o progresso — uma revolução em jogos de console. Além disso, cada calabouço é um tipo labirinto de quartos conectados por portas e passagens ocultas, com os itens principais em um desses quartos, e temos a versão que foi batizada de “Second Quest” que é desbloqueada após zerar o jogo, uma versão com mudanças significativas no layout e dificuldade, aumentando a rejogabilidade de forma surpreendente para um jogo de 8 bits.
CONCLUSÃO – UM MARCO NA HISTÓRIA DOS VIDEOGAMES
The Legend of Zelda, de 1986, é mais do que um clássico: é uma fundação. Um título que ousou ser diferente, deu liberdade ao jogador e estabeleceu padrões que ainda ecoam nos jogos modernos. Mesmo datado em aspectos visuais e na usabilidade, seu impacto histórico, senso de descoberta e coragem em desafiar convenções o tornam inesquecível. Com um enredo simples, quase mudo, mas que impõe todo um mistério, o jogo consegue conquistar qualque jogador pela sensação de jornada e pelo impacto que teve em criar uma mitologia que se expandiria por décadas.
Icaro Augusto

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.