Crítica | Batman vs Superman – A Origem da Justiça (Batman v Superman – Dawn of Justice) [Edição Definitiva]

Nota
4.5

“Me diz, você sangra? Vai sangrar.”

Dezoito meses após a sua apresentação mundial, o Superman (Henry Cavill) se tornou uma figura controvérsa. Alguns o veem como um anjo salvador, defensor da humanidade e protetor dos oprimidos, outros o encaram como uma ameaça em potencial, um poder que não pode ser detido e capaz de causar destruição em massa. Bruce Wayne (Ben Affleck) faz parte dessa último grupo.

O bilionário acompanhou de perto o embate entre o Homem de Aço e o General Zod em Metrópolis, acompanhando toda a destruição e caos causado pelo embate. Culpando o azulão pelas vítimas da batalha, Bruce faz de tudo ao seu alcance para encontrar uma maneira de amenizar o poder do novo ser. Enquanto isso, Clark Kent começa a investigar os sombrios ataques que o morcego de Gotham tem causado aos bandidos do lugar. O vigilante sombrio tem se tornado ainda mais violento, tomando para o si o papel de juri, juiz e carrasco daqueles que vão contra as leis da cidade. Determinado a desmascarar o Batman, Kent entra de cabeça na reportagem, indo até contra as ordens precisas de seu superior.

O que ambos não esperavam é que uma mente, sombria e poderosa, estivesse inflamando ainda mais o ego dos heróis, jogando com todos como peças de uma complicada partida de xadrez, enquanto constrói um cenário próprio para o embate do século: Homem vs Deus. Agora, cabe aos mesmos encontrarem um meio de sair ilesos da batalha… ou encararem seus piores pesadelos.

Após o início aclamado em O Homem de Aço, a Warner estava preparada para dar seu próximo passo e, enfim, construir seu universo compartilhado. A grande aposta foi trazer dois personagens de grande renome dentro da editora e colocá-los em um embate ideológico, criando rixas entre seus fãs e construindo algo que prometia ser épico em todos os sentidos possíveis. Mas claro que nem tudo saiu como esperado.

Dirigido por Zack Snyder e roteirizado por Chris Terrio e David S. Gover, Batman vs Superman – A Origem da Justiça iniciou sua jornada com um caminho tumultuado, colocando não só os heróis em lados diferentes como também seus fãs e a crítica. Muitos acharam que o filme foi uma grande bomba, inchado, confuso e cheio de falhas… outros, o consideram uma obra a frente do seu tempo que deveria ser apreciado com o passar dos anos.

O fato é que o longa remodelou a visão da Warner sobre seus filmes, e trouxe um novo caminho para aquilo que estava sendo planejado, não é a toa que logo após seu lançamento foi anunciada uma versão definitiva com 30 minutos adicionais, que esclarecem o roteiro nebuloso que sua primeira narrativa construiu. E é dessa versão que falarei hoje.
Primeiramente, os minutos adicionais fazem, sim, uma diferença enorme para a história, construindo melhor o roteiro e iluminando algumas questões que pareceram confusas e apressadas na edição original. A edição se mostra mais consciente, explorando bem seus corte e cenas, e trazendo uma nova fluidez ao projeto. O embate entre os heróis fica ainda mais claro agora, assim como as armações do vilão, que se mostra de uma maneira mais clara e coerente.

O Bruce de Affleck é mais sisudo e retraído que suas outras versões cinematográfica, trazendo um personagem mais vivido repleto de dores e cicatrizes, e coberto com os traumas de vestir o manto negro a tanto tempo. O Batman aqui é brutal e sanguinolento, trazendo tudo aquilo que esperávamos do morcego e servindo como uma luva no ator. Tudo está no ponto e até seu desconforto ocasional parece pensado com maestria.

Já o Superman de Henry tem que lidar com as consequências de seus atos, e entender que nem sempre agradamos a gregos e troianos. O personagem cria novas camadas nos dilemas iniciados em O Homem de Aço e demonstra uma aprofundamento natural a tudo aquilo que passou. Se no primeiro filme os homens definiram sua visão de mundo, nesse novo filme são as mulheres que dão sua base para o crescimento interno de Clark. É em Lois Lane (Amy Adams) e em Martha Kent (Diane Lane) que entregam a força necessária para que ele enfrente seus problemas e questionamentos. Clark foi um dos mais favorecidos com as cenas adicionais, trazendo um bom balanceamento entre ele e Bruce, e nos fazendo entender melhor seu ponto de vista na situação.

Em meio a tudo isso temos a mente maquiavélica de Lex Luthor (Jesse Eisenberg), com sua melhor representação de um millenium. Existem muitos pensamentos passando por sua mente, a ponto de parecerem desconexos e fora de eixo, mas, quando explicados, se mostram um verdadeiro achado. Luthor quer tudo pra ontem e odeia ouvir um não como resposta. Sempre dez passos a frente, e controlando todos pelos bastidores, o vilão se mostra um verdadeiro achado, mesmo com seus dedos inquietos e sua agitação constante.

Mas, o verdadeiro trunfo desse projeto reside na terceira parte do trio legendário. Mulher Maravilha (Gal Gadot) rouba cada uma das cenas em que aparece, trazendo uma presença unica à trama. As cenas de batalha são apoteóticas, trazendo todo o carisma e força necessários para encantar o público, e nos fazer vibrar a cada novo golpe. Mas, o lado humano de Diana não fica por trás. Ela se destaca desde o primeiro momento, criando um forte contraponto com Bruce e trazendo seu carisma latente a toda, com pequenos detalhes. Gal se mostra a vontade na pele da semideusa, despertando nossa curiosidade e nos deixando ansiosos para sua aventura solo.

Repleto de referências e traçando bem os contornos do universo que pretendia criar, a Edição Definitiva de Batman vs Superman – A Origem da Justiça traz um ótimo filme, que nos deixa ainda mais inconformados por não termos visto essa versão na telona. Brincando com suas dualidades, enquanto leva seu enredo mais a sério, o longa fecha lacunas e nos deixa extasiados com tudo o que nos é apresentado, trazendo um novo amanhecer a uma era que poderia ser ainda mais sombria e sem esperança.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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